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história

Desde tempos muito antigos que em Pinhel, e seu termo, se praticava a cultura da vinha e se produziam vinhos de alta qualidade; já nos princípios do ano 1500, o Rei D. Manuel I, o Venturoso, concedeu diversas regalias e privilégios em favor dos vinhos de Pinhel.

Em 1942 e 1943, houve colheitas abundantes e não havia escoamento para a produção, foi então que a Junta Nacional do Vinho, recentemente criada, como organismo de Coordenação Económica, e que veio substituir a antiga Federação dos Vinicultores do Centro e Sul de Portugal, instalou em Pinhel uma caldeira móvel de destilação, acionada por uma geradora locomóvel, em que foram destilados milhões de litros de vinho e que veio resolver a crise gravíssima, que afetava os lavradores da Região, que viviam exclusivamente do rendimento do vinho. De todos os Organismos Corporativos, criados pelo Estado Novo, a Junta Nacional do Vinho, era o mais querido, pelos beneficias que trouxe a toda a região vitivinícola, por isso os vinicultores depositavam toda a confiança esperançados que o organismo, quando necessário, lhe resolvesse os problemas respeitantes ao vinho.

Os vinhos desta área, eram tão bons que as aguardentes vínicas resultantes da destilação ficavam de finíssima qualidade. Quando transportadas para os armazéns da Mealhada não eram misturadas com outras provenientes de outras áreas ficando em depósitos separados.

Em 1945, a Junta Nacional do Vinho iniciou a instalação de duas caldeiras fixas de destilação contínua, que trabalhavam de dia e de noite, só paravam cada 15 dias para limpeza.

Como era pena destilar vinhos de tão boa qualidade, a Junta Nacional do Vinho, em colaboração com o Grémio da Lavoura de Pinhel, pensou na criação da Adega Cooperativa, nas suas próprias instalações que tinham sido compradas à Câmara Municipal de Pinhel e que tinham ficado devolutas pela saída das Forças Militares, ali aquarteladas, e que se tinham revoltado contra o Governo da Ditadura Militar.

Em 1947, construíram-se 6 lagares em granito, no parque utilizado pelas viaturas militares e os tonéis foram montados nas cavalariças depois de devidamente adaptadas. A primeira laboração foi feita por processos artesanais, pois em Pinhel não havia energia eléctrica com potência suficiente e a mesma era desligada à meia-noite; às próprias bombas de trasfega, eram movidas por motores de explosão.

Fomos 33 sócios, a entregar as uvas nesse ano na Adega; embora com bastantes dificuldades, estava criada e posta a funcionar a Adega Cooperativa. Dos primitivos 33 cooperantes, atingiu-se os 2.300 actuais.

Como desde 1944, acompanhei a evolução desta Cooperativa, quero aqui realçar que, para o arranque desta Obra, muito contribuíram as boas vontades demonstradas pelos Senhores Presidente e Vice-Presidente da Junta Nacional do Vinho, Conde de Penha Garcia e Engº. Teixeira de Sousa, que disponibilizaram pessoal, meios financeiros, material e toda a espécie de ajuda.

região

É na beira interior, identificada geograficamente como prolongamento do sistema central ibérico e históricoa e culturalmente pelas matrizes testemunhadas nas suas aldeias mediavais e cidadelas fortificadas que, a Denominação de Origem Beira Interior foi criada a 2 de novembro de 1999, resultado da aglutinação das regiões de Castelo Rodrigo, Cova da Beira e Pinhel, que passaram a sub-regiões desde então. Tem um passado histórico vitivinícola que remonta à fundação da nacionalidade portuguesa, está localizada no interior centro de Portugal, tem cerca de 16 000 hectares de vinhas e uma grande variedade de castas.

Situada no interior centro/norte de Portugal é a região vitivinícola mais alta de Portugal, com vinhas plantadas entre os 300 e os 700 metros de altitude. Os vinhos são muito influenciados pela montanha e a orologia da região é dominada pelas serras da Estrela, Gardunha, Açor, Marofa e Malcata.

Os solos são de origem granítica (80%), na sua maioria, sendo os restantes essencialmente de origem xistosa, existindo entre o granito e o xisto alguns filões de quartzo.

O clima da região é muito agreste, com temperaturas negativas no Inverno e Verões muito quentes e secos. A precipitação média anual entre os 400 e os 700 mm, encontrando-se, contudo, concentrada nos meses de inverno e primavera, dando normalmente origem a um excesso de água no solo neste período. No verão por sua vez quase não chove, apresentando-se os meses de Julho e Agosto como os mais secos do ano em que o valor médio de precipitação é inferior a 10 mm/m2.

A região no seu extremo norte ocupa parte da Bacia Hidrográfica dos rios Côa e Águeda, que no Douro desaguam, no extremo sul da IG terras da Beira é ocupada pelas bacias hidrográficas do rios Zêzere e do Alto Tejo. Os encepamentos mais tradicionais são nas brancas a Síria, Fonte Cal, Malvasia, Arinto e Rabo de Ovelha, e Malvasia e nas Tintas, a Rufete, Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz, Trincadeira, Mourisco, Jaen e alfrocheiro.

A diversidade de castas utilizadas na região é também um factor natural relevante e mostra a aptidão natural que este território sempre teve para a cultura da vinha. As características edafo-climáticas da região têm uma influência direta nas especificidades analíticas e organolépticas dos vinhos, que se manifestam, nos vinhos brancos como vinhos de grande exuberância aromática e muita frescura, enquanto que, os vinhos tintos são mais complexos com aromas a especiarias e frutos vermelhos tendo grande frescura que lhe é dada essencialmente devido à altitude a que estes vinhos são produzidos.

Os vinhos rosados ou rosés, devem apresentar aroma e sabor jovem frutado e/ou floral quando novo, evoluindo com a idade para aromas terciários mais complexos, e com características organolépticas destacadas, nomeadamente na estrutura e no equilíbrio aromático e gustativo. Os vinhos espumantes e Frisantes reflectem muita frescura e apresentam grande exuberância aromática.

Sub Região vitivinícola de Pinhel

Situa-se entre as regiões do Dão e do Douro e a Sub-Reguião de Castelo Rodrigo com que confina, abrangendo o concelho de Pinhel e parte dos concelhos de Celorico da Beira, Guarda, Meda e Trancoso.